Ateliê do Índio Severo

Nascido Severino Pereira da Silva, índio potiguara da Aldeia Tracoeiras, em Baía da Traição, 84 Km ao Norte de João Pessoa optou pela carreira de artista plástico, adotando como nome artístico, a nomenclatura abreviada de seu nome: Séver, com o intuito de trazer mais agilidade e compreensão ao se pronunciar. Ele se autodefine como “paisagista e pintor de figuras indígenas”.

Com sangue de artista primitivo nas veias, Séver saiu de casa ainda adolescente. Rumo ao Rio de Janeiro, dividiu o tempo entre trabalhos variados, embora o que mais lhe atraísse fosse o de pintar quadros e vendê-los, inicialmente nas feiras, depois a amigos e, posteriormente, organizando pequenas exposições. Fez várias.

Os preços populares de suas artes eram o principal atrativo. Os temas variavam de paisagens à figuras indígenas em grupos ou individuais, aguçavam a curiosidade dos compradores. Por ser um exímio pintor e por levar a sério o que faz, carrega consigo o material que lhe permite pintar em qualquer praça, de qualquer lugar e qualquer país. Seu ateliê original ainda está montado na aldeia Tracoeiras, a oito quilômetros do centro de Baía da Traição, no Litoral Norte do Estado. É uma instalação simples, onde o artista também guarda teclado, maracá, flauta rústica e pandeiro, instrumentos que, de uma hora para outra, o transformam em músico e  Ícone de uma banda que anima os bailes das redondezas.

Hiperrealista em algumas artes, ele demonstra essas qualidades no óleo sobre telas “Canhões do Forte”, retratando, em primeiro plano, as canhonetas quinhentistas do Forte do Tambá e, ao fundo, a enseada de Baía da Traição. “São obras que parecem fotografias”, opina Wagner Zedinson, um norueguês entusiasmado com as pinturas de Séver, que visitou Baía da Traição no início deste ano. Em a Madonna Potyguara, o artista procura uma semelhança entre a índia que segura no colo um curumim, com os inúmeros quadros que mostram a Virgem Maria com o Menino Jesus no mesmo ângulo. Foram trabalhos assim que o credenciaram a receber o primeiro prêmio do Concurso Internacional de Filatelia e Arte, no Rio de Janeiro, realizado recentemente.

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